Do CEERT.
Depois de um ano tão difícil para os movimentos
sociais e as conquistas importantes, novembro vem como um afago e sentimento de
esperança.
Falando
sobre a população negra e do Movimento Negro, as coisas nunca foram dadas de
mão beijada. Desde a suposta libertação nossos direitos foram conquistados na
unha, com muita luta e muito pé na porta, depois de tanto esforço para
conseguir ocupar espaços antes destinados para uma mesma população privilegiada
essa imagem se alterou, o estereótipo de médicos/médicas e universitários/universitárias
ganharam outras caras e cores que possibilitou para os nossos, outras
concepções de futuro.
Esses
avanços nas oportunidades de vida prejudicou aquele “imaginário universal”
construído por uma elite conservadora e detentora de meios de produção que teve
séculos na história para arquitetar uma bruta desigualdade social e racial. As
lutas por direitos nunca cessou e essa persistência se refletiu em outras
conquistas como o bolsa família, Prouni, Fies, ações afirmativas em diversos
setores e a lei 10.639 que garante por lei contar a história através de nossas
perspectivas. Tudo isso foi observado e não tolerado por esse grupo dominante
que quando teve a oportunidade de se revoltar e acabar com avanços sociais
cortou e continua cortando essas medidas.
Para
eles o problema não parou por aí, ele só aumentou porque além de nós estarmos
conseguindo atingir os espaços nunca atingidos antes, nós mudamos o jeito de se
enxergar. Nossos cabelos antes ruins agora estão na moda, nossas roupas antes
estranhas hoje são “diferentonas”. Nossa autoestima antes roubada por uma
sociedade racista hoje é reconhecida entre nós mesmos, que é o mais importante.
Sabemos que o capitalismo contemporâneo se apropria de tudo o que tem valor de
uso e de compra mas esse esforço de se colocar como sujeito e sujeita não foi
uma luta deles e sim nossa que a todo momento estávamos e estamos se colocando
em espaços que nos foi roubado.
Mesmo
em tempos difíceis a articulação negra brasileira teve outra preocupação em
retomar um eixo de grande relevância para a discussão sobre direitos
fundamentais para mulheres especificamente negras, desde 2013 elas de todos os
estados se reuniram para elaborar estratégias que sucedeu em 30 mil mulheres
Negras no dia dezoito de novembro de 2015 em Brasília, a Marcha das Mulheres
Negras é um grande exemplo de injeções de ânimo que precisamos para seguirmos
em frente.
A
conclusão que eu tiro dessa passagem de tempo é que nunca paramos de lutar,
nossas demandas são muitas e sempre estamos de alguma forma tentando supri-las
tanto no âmbito particular quanto público. E que por isso sempre estamos
RESISTINDO, o movimento negro, instituições, coletivos e negros e negras
autônomas estamos tentando de alguma forma melhorar nossas condições de vida. O
símbolo de novembro pra mim, é o resultado de diversas formas de resistências
em cada canto do país com um só objetivo: Uma verdadeira igualdade de
oportunidades!
Por Sérgio Ramos/Repórter e Blogueiro – 11/11/2016
E-mail: felizsramosdecarvalho@yahoo.com.br
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